Sou gaúcha, de porto alegre que de alegre não possui nada neste momento.
Não vou tentar transmitir o que estamos passando por aqui, até mesmo por que não há palavras, termos ou narrativas que possam traduzir nossa realidade. Meu objetivo aqui é outro, quero trazer uma reflexão ao mundo empresarial sobre liderança e propósito, fundamentada no que está acontecendo no RS.
Desde a semana passada, o povo gaúcho se uniu em prol de um único propósito: salvar vidas.
Não esperamos que algum líder dissesse o que fazer. Não precisamos de líderes para inspirar, motivar, identificar e desenvolver competências, cada ser individualmente se propôs, por vontade própria, a contribuir da forma como pôde.
Nosso feedback, nosso reconhecimento é uma vida salva, uma pessoa resgatada, uma pessoa alimentada, uma pessoa em segurança, uma família reunida.
Não temos promessas nem expectativas de recompensas individuais, temos a consciência de que ainda teremos muito trabalho. Serão meses e até anos de trabalho, pois cidades inteiras sumiram do mapa. Mas, continuamos cada um dando o melhor de si, compartilhando o pouco ou muito que cada um tem, fazendo o seu papel como ser humano, entregando seu valor próprio à sociedade, seja como voluntário, seja como doador, seja como anfitrião, seja como acolhedor, seja como comunicador. Enfim, há muitos e muitos “cargos” sendo ocupados por vários pessoas, cada uma dando o seu melhor. Estamos unidos por um propósito.
Líderes? Sim temos, mas há muito mais administradores coordenando atividades do que pessoas liderando. A motivação, a inspiração de cada um é gerada pelo propósito comum.
Vejo nas redes sociais inúmeras frases sobre ser líder, sobre o que um líder tem que “ter e ser”. Vejo artigos e relatórios de tendências focadas no papel do líder, assim como muitas pessoas reclamando e justificando que não dão o seu melhor por causa da sua liderança.
Vejo pouco sobre propósito. Assim como eu sei que há vários colegas administradores e consultores defendendo que a base de qualquer organização começa pelas suas diretrizes base, e a primeira definição é o propósito, seguida da missão, visão, valores e cultura, mas parece que somos poucos e não somos levados muito a sério.
O foco é metas de vendas, expansão, produtividade, marketing digital. Infelizmente, o combustível, que fará com que todas as pessoas na organização doem 100% de si, não é tratado com a seriedade que merece.
Há organizações que sim, possuem propósitos bem definidos e engajam toda sua força de trabalho, mas é uma pequena parcela diante de todos os CNPJ que temos.
Fica aqui a reflexão: precisamos desenvolver lideranças ou engajar pessoas pelo propósito? Lembrando que inclusive os líderes precisam de um propósito.
Pergunte a si mesmo, pergunte ao colega do lado: qual a importância da atividade que você está executando neste momento? Qual a contribuição ao propósito? E observe o olhar e a expressão facial da pessoa enquanto ela responde, pois o propósito é sentimento e emoção, e não dever e obrigação.
P.S.: espero que em breve nosso maior símbolo, o chimarrão, volte a fazer parte da vida de todos os gaúchos, por hora, o uso da pouca água potável que temos está sendo direciona ao
nosso propósito.
Obrigado à todos que não são gaúchos e se uniram ao nosso propósito, vocês fazem a diferença em nossas vidas.
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